Como Evitar que sua Criança não fique Obesa


No fim deste artigo faça o teste se seu filho está obeso.


Seu filho é Obeso?
Hoje elas são Fofas. E Amanhã?
Serão provavelmente Obesas.






Pesquisa mostram que aos 10 anos de idade, crianças acima do peso têm 80% de probabilidade de virar um adulto em eterna luta contra a balança.


Crianças são seres adoráveis. Com bochechas redondas, bracinhos roliços e uma barriguinha macia, então, têm o poder de derreter qualquer coração.
São fofas. Fofas? Bem, do ponto de vista médico, a classificação para elas é outra: são crianças com excesso de peso , cuja saúde está em risco e cuja probabilidade de se tornarem um adulto obeso cresce a cada gesto de indulgência de seus pais. São eles - ou os adultos que em última instância decidem o que elas vão comer - os principais responsáveis pela alarmante constatação a que acaba de chegar a pesquisa realizada sob a coordenaçaõ do pediatra Mauro Fisberg, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp. As crianças brasileiras estão ingerindo muita mais calorias do que deveriam Das que têm entre 2 a 5 anos de idade, 22% apresentam sobrepeso. 
Pior: 6% já passaram para o patamar da obesidade-o que significa estar mais de 15% acima do peso ideal. Tudo somado, 28% da garotada de até 5 anos está pesando mais do que seria saudável. Com isso o Brasil acaba de ultrapassar os Estados Unidos - é o país mais gordo do mundo - em matéria de obesidade infantil. Por enquanto a dianteira se refere apenas essa faixa etária. Mas é inevitável que se estenda para outras em breve.


Depoimento da Vivian Gorgati 46 anos, Mãe de Joana
Joana Lessa - 5 anos - 1,09 metro - 22,4 quilos - Peso ideal: 18 quilos


"Era gostoso ver a Joana comer com prazer"
"Minha filha sempre gostou muito de comer. O problema dela é a quantidade, tanto que a primeira restrição da nutricionista foi não deixá-la ultrapassar um prato por refeição. Nós não soubemos controlá-la, era tão gostoso ver a Joana comer com prazer. Quando a levamos ao nutricionista, ela já estava com obesidade mórbida, apesar de não aparentar isso. Não dava para perceber o tamanho do problema só de olhar para ela. Mesmo assim, eu me senti culpada por ter deixado a situação chegar a esse ponto."






De cada 100 meninos  e meninas que apresentam quadro de obesidade aos 2 anos de idade, quinze conviverão com o problema ao longo da vida. Já entre outras crianças que chegam aos 10 anos obesas, 80% manterão esse padrão na fase adulta. É comum que os pais , ao notar que seu filho está acima do peso, relevem o problema, baseados na crença de que, "quando crescer , ele emagrece" ou na equivocada convicção "criança gordinha é criança saudável. Ocorre que ao contrário do que esperam esses pais, as gordurinhas dos pequenos rechonchudos não vão desaparecer num passe de mágica. A primeira razão para isso é que quem cresceu em meio de fritura, sanduíches gordurosos e pacotes de biscoito recheado resistirá mais a se adaptar a uma alimentação saudável no futuro. Mas a dificuldades em mudar hábitos alimentares adiquiridos na infância é só um dos fatores que ameaçam transformar a criança num adulto em luta eterna contra a balança. Há outros, de ordem metabólica, e esses são ainda mais difíceis de reverter.


Pesquisadores descobriram, por exemplo, que, consumidos em excessos durante a fase de desenvolvimento, gorduras e carboidratos inibem a ação das proteínas que atuam no cérebro e no fígado induzindo a sensação de saciedade e estimulam as que controlem o apetite. O mesmo ocorre com os enzimas responsáveis por determinar o gasto de energia do organismo. Esse descontrole pode se tornar irreversível e, nesse caso, terá o efeito possível de fazer com que a ex-criança gordinha, adulta, sinta necessidade de comer em grandes quantidades e apresente um gasto calórico desproporcional às suas atividades físicas. Em resumo , pode fazer com que, ao longo de toda a vida, ela tenha dificuldade para engordar e dificuldade para emagrecer.


Criança gordinha, adulto idem
O risco de uma criança gordinha se tornar um adulto obeso aumenta exponencialmente quanto mais se demora para tratar o problema.


Evitar que essas engrenagens metabólicas entrem em parafuso por contade excessos e maus hábitos alimentares é tarefa que cabe aos pais. Mas como não ficar satisfeito ao ver o filho comendo com vontade? Como não ceder ao pedido do segundo prato ou de mais uma bolacha recheada? O pediatra Marcelo Reibscheid, do Hospital e Mternidade São Luiz, observa que os pais que dispõem de pouco tempo para estar com os filhos são os mais propensos a ceder a esses apelos."Fazem isso como uma forma de compensar a ausência física. Pensam: Não voudar bronca justo no momento em que estamos juntos "Isso está errado, afirma o médico, os pais não podem ter o medo de dizer não. Se a criança tem um apetite descontrolado, sua obrigação é impor limites" explica. O pediatra Mauro Fisberg diz que o ideal é que as crianças façam cinco rtefeições diárias - café, lanche, almoço, lanche da tarde e jantar-e comam controladamente cada uma delas. Isso significa não consumir porções tamanho gigantes e evitar repetir o prato. "Há pais que oferecem os filhos a mesma quantidades dos alimentos que eles comeriam. Isso é evidente exagero."


Depoimento da Liriam Kell de Oliveira 31 anos, Mãe de João Gabriel
João Gabriel de Oliveira Soares - 2 anos e 10 meses - 96 centímetros - 23,8 quilos - Peso ideal: 14 quilos


"Achava que o meu filho comia pouco"
"Quando o João Gabriel era mais novo, eu achava que ele comia pouco. Passei a dar-lhe mamadeiras de mingau com cereal até quatro vezes por dia, além das refeições principais. Com o tempo, percebi que ele comia demais. Não posso deixar iogurtes na geladeira em uma altura que ele alcance. Um dia, tomou três antes que eu percebesse. Hoje, a saúde do meu filho está prejudicada por causa da obesidade. Ele tem problemas respiratórios, colesterol e pressão arterial um pouco elevados. Sei que o excesso de peso dele é culpa do meu descontrole."


Depoimento da Dircenei Batista Franco Bortolini 45 anos, Mãe de Rodrigo
Rodrigo Franco Bortolini - 6 anos - 1,24 metro - 32 quilos - Peso ideal: 22 quilos


"Hoje, ele diz que precisa emagrecer"
"O Rodrigo sempre foi gordinho. Comia e repedita o prato. A gente achava isso bonitinho. Hoje, sei que não é bom fazer isso. Ele está com o nível de colesterol no limite e tem dificultade para correr, fica respirando de forma ofegante. Quando começou a ficar barrigudo, acho que ele mesmo se preocupou. Ele diz que precisa emagrecer e tem se esforçado para isso. Antes, ele me pedia muito sorvete e salgadinho; agora, tenta se controlar."


Se nem todas as crianças gostam de comer muito, todas elas adoram devorar "o que faz mal". Leia-se tudo o que é pobre em nutrientes e rico em substâncias que,em excesso prejudicam a saúde. E o que faz com que elas arregalem tanto os olhinhos ao deparar com uma lata de refrigerante ou um pacote de bolacha recheada? O paladar infantil começa a se formar bem cedo . Com 24 semanas de gestação um feto já consegue identificar diferenças de sabor no líquido amniótico. E desde essa fase já tem uma queda por doces. Pesquisas demonstraram que os bebês ingerem líquido amniótico em maior quantidade quando ele apresenta sabor adocicado. Esse sabor, por sua vez, varia de acordo com a dieta da mãe. E isso conduz a outra constatação: aquilo que a mãe gestante come influencia diretamente no paladar do filho. Em pesquisa feita em 2001, na filadélfia, cientistas dividiram 46 grávidas em três grupos: o primeiro tomou suco de cenoura durante a gravidez; o segundo apenas  no período de amamentação; e o terceiro não ingeriu líquido.Quando os bêbês começaram a ter contato com comidas sólidas, recebeu cereal com sabor de cenoura. Aqueles cuja mãe havia tomado suco na gravidez e na amamentação fizeram menos careta ao experimentar o alimento, além de comer mais dele do que os bêbês que desconheciam o seu sabor.
Um comportamento evolutivo ajudaria a explicar o motivo pelo qual as crianças preferem alimentos com sabor doce."Por conterem carboidratos , eles se transformam rapidamente em energia". Lembra a nutricionista Priscila Maximino. Por isso a atração é instintiva , diferente da relação que a criança tem com o alimento pouco calórico e de sabor amargo, como as verduras. Crianças tendem rejeitar novidades , outro comportamento relacionados aos esforços de sobrevivência em tempos imemoriais. Especialistas afirmam que no entanto é errado excluir do cardápio um prato de ingredientes de que a criança não gostou. Diante dessa situação, a recomendação é para que os pais ofereçam novamente a mesma comida em outras ocasiões. E de novo e de novo. Até dezenas de vezes se paciência houver.O importante é não desistir na primeira colherada lançada ao chão."muitas vezes é necessário que a criança experimente a mesma coisa diversas para conseguir determinar se ela gosta ou não", ensina.




Depoimento da Fernanda Villaça Daltro Santos 29 anos, Mãe de Pedro
Pedro Daltro Santos - 3 anos e 8 meses - 1,10 metro - 32,4 quilos - Peso ideal: 18 quilos


"Mamãe, vamos pedir uma pizza?"
"Como eu e meu marido temos problemas de peso, sempre nos preocupamos com Pedro. Tentamos equilibrar a alimentação dele, mas é difícil. Ele já está em uma idade em que sabe escolher e, geralmente, pede fast-food. Na escola, a alimentação é mais controlada. O problema é no fim de semana. Ele sabe que é um momento em que as refeições são mais livres e diz: "Mamãe, tive uma idéia: vamos pedir uma pizza!". Ele faz natação duas vezes por semana e tem espaço para correr e brincar em casa, mas é difícil mudar os hábitos alimentares."




Quem come de tudo come melhor. E a prova de que o paladar vai se expandir quanto mais é exposto a novos sabores é o fato de que a criança  que foram amamentadas terem mais disposição para provar  alimentos  desconhecidos do que as que tomaram mamadeira, isso ocorre porque ao contrário do leite industrializado que tem sempre o mesmo gosto, o líquido materno sofre alterações de sabor e consistência de acordo com a alimentação da mãe. Essas variações ajudam as crianças a se acostumar com novidades.Algumas escolas de São Paulo, preocupadas com o reduzido repertório alimentar e os hábitos pouco saudáveis de seus alunos, decidiram inovar no currículo. O Colégio Augusto Laranja, por exemplo passou a oferecer aulas de culinária aos estudantes,lá as crianças de 2 a 6 anos aprendem a fazer receitas como panquecas com beterraba e sucos de frutas frescas. Antes de usarem os alimentos são incentivadas aá experimentá-los. A professora Márcia Tin diz que já percebeu mudanças no comportamento da turma desde que as novas aulas tiveram início. Ela contou que as crianças começaram a trazer mais alimentos saudáveis nas lancheiras como maçã e cenoura.o bom hábito passou a ser copiado." Depois que uma das alunas trouxe cenoura para o lanche, várias alunos a imitaram."
As escolas podem até dar uma mãozinha,mas, em matéria de educação alimentar, a responsabilidade acaba mesmo sendo dos pais.É eles - e não os avós, professores e pais de amiguinhos - que cabe a inglória tarefa de limitar os doces e salgadinhos dos pequenos e controlar o tamanho dos seus pratos.Como regra básica,especialistas recomendam que, antes dos 2 anos não ofereça nenhum tipo de guloseima aos filhos. Depois dessa fase com o incremento das atividades sociais da criança e a sua entrada em outros ambientes,fica difícil proibir. "Mesmo porque a proibição pode dar origem a uma compulsão no futuro"  diz a nutricionista Priscila, já o controle dos alimentos é possível e necessário. Se não dá para evitar que o filho tome refrigerantes na escola ou festinhas,por exemlo, é perfeitamente possível deixar de estocá-los as pilhas na geladeira de casa, as excurssões as lanchonetes de fast-food também podem ter frequência estipulada-e, de preferência reduzida.Entre 2004 e 2009 esse mercado duplicou no Brasi. Só o McDonald's ganhou 100 000 clientes a mais a cada dia, boa parte deles, crianças.




Depoimento da Josélia Pereira dos Santos 26 anos, Mãe de Isadora
Isadora Santos Cardoso - 3 anos e 4 meses - 95 centímetros - 16 quilos - Peso ideal: 14 quilos


"Eu dava chips, biscoito e refrigerante"
"A Isadora não come muito, mas come muita besteira e começou a ficar barriguda. Como sou paranoica com essa questão de peso, decidi levá-la à nutricionista. Vi que eu fazia todas as coisas erradas que uma mãe gosta de fazer: dava batata chips, biscoito, refrigerante. Neste ano, ela começou a fazer exercício. Entrou na escola e no balé. Ela gosta muito de dançar. Então, não foi difícil fazê-la exercitar-se. Mas complicado mesmo é controlar o que ela come no fim de semana, quando tem festinha, almoço e passeio."




O resultado da disseminação de hábitos como esse já é visível.Os índices de sobrepeso e obesidade infantil no Brasil são hoje sete vezes mais altos do que os registrados nos anos 70. Problemas médicos que até a década passada, aflingiam apenas adultos e idosos agora chegam as dúzias aos consultórios dos pediatras."Temos visto casos de crianças que apresentam hipertensão e indice de colesterol elevado" conta o endocrinologista  Cláudia Cozer, diretora da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.
Perceber que o filho passou da categoria dos "fofinhos" para o patamar dos obesos muitas vezes não é simples. Tomar decisão de levá-lo ao especialista,passar a controlar sua alimentação e-suma crueldade-colocá-lo de "regime"pode parecer mais difícil ainda.Mas é desse tipo de decisão que depende a saúde dos pequenos.E deixar que eles a percam tão cedo, isso sim, é de cortar o coração.




A Tentação da cantina escolar


Quase tudo o que é perigoso e tentador se encontra lá. E não apenas ao alcance das mãos, mas longe da vista dos pais também. A cantina escolar é, junto com o sedentarismo, uma das principais responsáveis pelo sobrepeso dos adolescentes. Pesquisa da Unifesp entrevistou 625 estudantes de colégios públicos e particulares da cidade de São Paulo, com idade entre 10 e 15 anos, e concluiu que 23% deles apresentavam excesso de peso ou obesidade. Nas escolas particulares, esses índice chegou a 33%, 10 pontos acima do verificado na rede pública. Três fatores ajudam a explicar por que há mais gordinhos nas escolar privadas do que nas públicas. O primeiro é que, nas particulares, os alunos gastam 27% a mais com compras na cantina, o que não é nada bom para eles, dadas as preferências de consumo que a pesquisa revelou: salgadinhos (fritos ou assados) em primeiro lugar, seguidos por sanduíches e sucos com açúcar. O segundo motivo é que na rede pública os alunos recebem merenda escolar. E isso é muito bom para eles. "A merenda é planejada para ser saudável e ainda reduz o apetite por produtos menos nutritivos", afirma a nutricionista Isa de Pádua Cintra Sampaio, uma das coordenadoras do estudo. Por último, são os exercícios - ou melhor, a falta deles - o que ajuda a deixar os alunos dos colégios particulares em pior forma que os da rede pública. Segundo a pesquisa, 76% dos estudantes de escolas pagas praticam menos de trinta minutos por dia de atividade física moderada. Nas escolas públicas, esse índice é menor, de 61% - conseguência do fato de os alunos brincarem mais ao ar livre e, frequentemente, terem de fazer grandes deslocamentos a pé. Menos videogame e salgadinhos, mais exercícios e dieta balanceada, portanto, são a melhor receita para livrar os adolescentes dos seus quilinhos extras - e dos problemas que vêm com eles.






Seu filho está obeso?


Definir a obesidade infantil é mais complicado do que diagnosticar o problema em adultos. Para eles, existe um valor-limite fixo do índice de massa corporal, o famoso IMC, acesse: Calcular IMC  -  esse teste é obtido por meio da divisão do peso pela altura elevada ao quadrado. No caso das crianças, esse valor-limite varia de acordo com o sexo, a idade e a altura de cada uma. O pediatra Marcelo Reibscheid listou cinco pontos a ser observados por pais que desconfiam que seus filhos estão acima do peso. Responda abaixo as perguntas e veja qual q hora de pedir ajuda: Três ou mais respostas positivas indicam que é hora de procurar ajuda:


1 - Observe a criança junto a colegas da mesma idade. Fisicamente, ela está acima do padrão etário:
Responda: Sim - Não


2 - Ela se cansa muito rápido ou fica ofegante ao praticar exercícios físicos?
Responda: Sim - Não


3 - As peças de roupa que deveriam servir para a idade dela costumam ficar apertadas?
Responda: Sim - Não


4 - Ela é hostilizada por colegas na escola (ganhou apelidos pejorativos, é isolada pela classe), a ponto de não querer sair de casa às vezes?
Responda: Sim - Não


5 - Ela demonstra introversão excessiva na relação com outras crianças?
Responda: Sim - Não

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